segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A vingança - Giselle Sato


Eis a mais pura verdade: Sou uma compulsiva. Por instantes arrisco tudo, não resisto, é meu vício:- Com você eu posso ser eu mesma, por isto te amo tanto.

- Hum! Sempre termino fazendo suas vontades.

- Mas eu quero. Quero que me trate como uma bandida!

- Perigosa?

- Claro!

- Muito bem! Será inesquecível! ele disse baixinho.

Oh! Mas estou delirando. Ele prende minhas mãos, usa as algemas e me arrasta. Jogada sobre a mesa, ele arranca minhas roupas. Exatamente do jeito que mandei.

O cano da arma é frio. Toca meus seios, desliza na pele suada, roça em meu sexo. Não vejo nada além dos olhos, máscara e o uniforme negro de policial. A ponta da pistola roça meu sexo, insinua uma penetração, brinca com o clitóris e o prazer toma proporções descontroladas.

Gozo aos gritos, ele tapa minha boca preocupado com os vizinhos. Apoiando minhas pernas nos ombros, penetra fundo, não agüenta e goza forte. Sinto a camisinha desprender-se e me assusto. Algo está errado: - que porra é essa de camisinha? Quem é você?

O homem sai apressado e some na escuridão ajeitando as roupas. Uma sombra se aproxima, tem a expressão debochada que odeio:- o que você fez? Está louco? Como teve coragem?

- Esta é a minha fantasia, não gostou? Ele não te satisfez? Não foi excitante? Era um estranho, não era este seu desejo?

- Quero que me solte agora!

- Ou o quê? Vai me denunciar? Acusar de estupro? A idéia foi sua, lembra? Descobri que é uma tara bem comum. Alguns amigos aceitaram brincar com você.

- Vai deixar seus amigos me usarem? Vai ser o corno da cidade, quero sair daqui imediatamente...

- Não foi difícil. Você sempre deu em cima deles, toda oferecida e disponível. Casei com uma puta, mas fazer o que? Sou apaixonado por este seu lado depravado.

- Vai apodrecer na cadeia seu doente.

- Que nada, levei meses planejando tudo. Enviei emails em seu nome para todos eles. E eu estou viajando esqueceu? Vou colocar uma fita adesiva na sua boquinha suja. Aproveite a noite amor, vou estar bem aqui, filmando tudo, não se preocupe.



Foto- Ricardo Pozzo

Um comentário:

Unknown disse...

Caralho, Giselle, este conto está demais, oferecendo uma visão cruel de um homem deliciosamente depravado e de sua esposa vagabunda! Desculpe a empolgação, mas histórias como essa alimentam a minha parcela de canalha bem latente em mim...