segunda-feira, 21 de março de 2011

Filha da noite

Por onde perambulam os sonhos de milhares de meninas e meninos?

há uma ruptura neste azul que te acinzenta
e te empalidece os olhos
sob o frio deste sol
a iluminar
mais uma manhã que não sorri

migalhas de gemidos
dançam
nos vãos de teus dentes amarelo-tabaco
sob a vertigem de estrelas artificiais
regada a alcalóides e anfetaminas
de fins de noite
em que luas se cobrem de limo
entre lençóis acres
torporosamente revirados
e fumaça

resta o vazio
a latejar ouvidos
o corpo cansado
ranhuras de amores fantasmas na pele
um choro no esôfago
e sonhos de princesa
trancafiados na masmorra
dos dias

amanhã
talvez
um talvez indolor
uma flor
nova cor
amanhã
de manhã

talvez

(Celso Mendes)

6 comentários:

Anônimo disse...

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Ewa Helter disse...

Gostaria de pedir uma coisa se nao for exageiro vc poderia me linkar? seu blog eh bastante conhecido e me ajudaria mtu a divulgar o meu. se nao puder td bem msm assim xD
http://maisononeofakind.blogspot.com/
obr.

Celso Mendes disse...

Ewa, apenas posto aqui mensalmente. Quem coordena o blog e pode colocar seu link é a Me Mortes, dona do blog. Entre em contato com ela...

Abraços!

MPadilha disse...

Tá linkada já.

Celso, mais um dos seus...
Eu sou fã da simplicidade com que vc toca nas feridas! Lindo!
A juventude sob a perspectiva de uma grande pessoa e um lindo jogo de palavras. Pobre juventude! Rico poema!

Ana Kaya disse...

Sensacional este texto. amei.

Odete Ferreira disse...

Um realismo, quase cruel, inicial, dorido, mas com a força de um amanhã esperançado, embora ainda duvidoso (talvez)...
Senti este poema. Parabéns :)