sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Grilhões da negra opressão




Afoito, eu prendo seu anjo da guarda,
que se quede ele no portão do inferno,
essa maldita cancela interna do cão coxo,
o demônio perverso que a tudo observa.


De bom grado é que amarro a sua alma,
com a mesma corrente amaldiçoada,
que amarra as almas do purgatório,
cadentes no limbo a espera de remissão,  
ignóbeis grilhões da negra opressão,
vis correntes de servidão espiritual,
os anéis de sofrimento encadeados, 
feitos na corrente dos  treze elos,
onde cada elo funesto e excomungado 
forma um  sinistro laço de servidão,
grossas correntes que aprisionam,
 a ferir a pele, dilacerar nervos e carne.


Nego a minha presença, nego minha visão,
e longe de mim há de chorar na solidão,
e gemer nos dias e na noite intermináveis,
lamentar, lastimar-se tão profusamente,
em rios de lágrimas fartas e copiosas,
vertidas elas ao longo das horas passadas,
quedando-se em atrozes lamentos doloridos,
mais cruciantes que são no soar da meia noite.


Nego minha afeição, todo meu bem querer,
para que somente ouça lúgubres gemidos,
todas dolentes lamentações tão pranteadas,
bem mais do fundo do seu ouvido esquerdo.
Ecoando elas de sete em sete horas,
retumbando por sete minutos inteiros
e tanto tormentosos outros momentos,
e terá saudades de mim doendo no peito .

Seja feita essa vontade pedida das trevas,
feita e refeita e anunciada pelos videntes,
espectros sem nome de oráculos sonantes,
da avantesma  do homem de olhos penetrantes,
não terá paz na vida enquanto se afastar.

by ArysG@ioVani

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