sábado, 5 de janeiro de 2013

DE ALMA LAVADA

Dei um passo a mais
sumiu-se o chão
Abriram-se em chamas
os vazios infernais
Era já a hora final,
pensei ainda insone.
Ou ainda era sonho
veranil de calor inusitado.

- Que estou a cogitar,
se dos paraísos jamais
suspeitei existirem?

Os de baixo, que nada tem,
sabemos que o inferno são
os outros do firme.chão.

- O que é, então esse vazio já na manhã,
senão apenas sonho, restos da noite de verão?

Era ainda noite clara de iluminada lua
e lobos ancestrais ainda uivam em mim.

Acordo, levanto, banho, espereito o espelho
e me percebo de alma lavada, enfim.

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