segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Beco sem saída



Se por acaso você encontrar
Meu coração pedindo esmola
Na calçada onde você escarra
Faça-me um favor
Jogue-o no lixo
E decore com ácido
Ecologicamente correto e herói da pátria!
Indo para puta que não o pariu
No fluxo de nada
Pra quem nada teve o que te dar

O Buraco no peito já está disfarçado
Com flores,bonequinhas,fitas e musgo
O veda-rosca na boca
E as pernas amputadas
Para nunca mais seguir teus passos decorados

Se meu olho vítreo
Ainda estiver te espiando
Enquanto você alisa suas cicatrizes
Despeje nele sua fúria
Com um palitinho
Que o padre macumbeiro benzeu
Não fará falta
Cegueira,minha mãe
Me embala
Ralos tragam
Falsas palavras de amor

Eros acordou
E me deu na cara
A hipnose
A possessão
O sorriso iluminado
Tudo falecido
Não vou ao enterro
Quebro qualquer espelho
E arquivo o desesperado

3 comentários:

MPadilha disse...

Quem te machucou linda? Que raiva! Raiva e revolta, é o que teu poema passa.Raiva também é sentimento sombrio, por isso meu joelho tá salvo,rsss
Beijos

Juliana Tussi disse...

huhuuuuuuuuuuuuuuu
bom pra c.....
moderno, forte, incrivelmente envolvente
parabéns :)

Anônimo disse...

Rita, está uma porrada. Gostei do vigor,intensidade,ritmo,tudo neste poema sai do fundo e isto me fascina.
Muito bom como sempre.Bjs querida.