sábado, 29 de março de 2008

OUTONO


Homenagem a chegada do Outono


A brisa fria da tarde sopra levemente
Fazendo as folhas douradas caírem de seus galhos.
O sol cai no horizonte em rubro fogo, majestoso,
Trazendo a noite com seu manto estrelado.
A brisa transforma-se em vento frio,
Que varre as calçadas desertas.
Meus olhos percorrem a escuridão.
Buscam-te em cada canto escuro, em cada beco abandonado.
Meu coração está dilacerado pela solidão.
Todo meu corpo anseia por este amor perdido.
Foi numa noite assim que apareceste pela primeira e última vez.
De dentro das trevas, surgiste de repente.
Teu olhar em brasas, teus braços abertos em mudo apelo.
Sucumbi, hipnotizada, totalmente entregue.
Tuas presas cravaram-se em meu pescoço.
E entre dor e extremo prazer, bebeste do cálice sagrado.
Em troca deste-me a morte, em eterna vida.
E simplesmente se foi, deixando-me só com o negro dom.
É outono outra vez, e te busco ansiosa.
Já sem esperanças de te encontrar.
Vago assim, noite após noite.
Voando junto com as folhas secas.
Tão seca e perdida quanto elas.
É outono outra vez.............

By Ana Kaya
24.03.04

2 comentários:

Thiers Rimbaud disse...

Thiers comenta querida.
É outono outra vez. É um lamento; acabei de comentar a pouco a questão do palpável. E senti seu poema assim... buscando algo palpável, buscando um encontro numa folha partida, numa folha que presa ao arbusto não soltou-se no tempo. Um lamento de busca.
as presas que cravam querem apenas dizer amo teu abraço, tão aconchegante, tão sedutor.

beso

Ana Kaya disse...

Nossa que comentário lindo Thiers.
Fiquei até emocionada, acho que os ares do nordeste estão te fazendo muito bem. eheheheheh.
vc fez um poema num comentário.
e soube mais do que ninguém ver por trás das entrelinhas.
vc é um cara muito inteligente.
obrigada caro amigo pelo incentivo, mesmo estando tão longe e ocupado.
besos.