Afogamento psicótico
Os dentes elétricos choram tua carne
Os dentes elétricos choram tua carne
Ao meio dia de uma revelação
Enlaçada por desejos
De mimosas titânicas em espasmo cerebral
A febre na anti-sala
Não se derrete nos banhos urgentes
Nem delira anjos de gesso
Camuflando dejetos
Impossível desenho dos teus olhos
Na horizontal fábula
Do campo assimétrico
Onde dormem testemunhas
Das fugas de nossas almas
Dissimuladas quedas
Em doces alcovas
Tudo se arrebenta ao quadrado
No outro lado da existência
Do meu quarto
Acorrentado em janelas
Aramadas ao sol
Não tenho morada
Vacilo em mim mesma
Ao final do primeiro Altíssimo
Turva coleção de ciladas
Meus signos espatifados
No teu canivete cartesiano
Não é mote
Que me arranque
De não saber sorrir
Ou morrer
A meia noite de uma filosofia
Que nina na canção esfarrapada
De ruminações apocalípticas
Ou marcas nodosas
Na medicamentosa veia inchada
Do delito vivo
Eu,criança de mim
Brincando de roleta russa na expressão nervosa
Eu,minha mãe
Bastarda!
(imagem: retirada de uma revista do sesc, ,sobre questão manicomial,recomendo!
http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas/revistas_link.cfm?Edicao_Id=281&Artigo_ID=4363&IDCategoria=4971&reftype=2)
2 comentários:
O seu poema tem a construção de um pisicótico, vai crescendo e descompassando, enlouquecendo e deixando doido quem lê.
Eu A D O R E I!!!
Quem não é louco aqui no Vale???
Só o cara da Legião Urbana que tá cantando aqui no meu som, esse não é doido...de pedra!
Beijos!
Rita, uma construção alucinante. Não sei até onde vai o mergulho da Medusa...mas é completamente diferente de tudo.
Seu estilo é incomparável, novo, visceral, infame, um soco no estômago e um alívio para os excluídos.
Talento querida Rita, muito talento e honestidade em tudo que escreves.
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