quinta-feira, 22 de maio de 2008

Aflitivo e Estafermo Amor


Uma vez mais eu tentei cara! Eu tentei!
Sem a insistência dos humanos, tampouco as taras de Sade, um desumano por natureza fisiológica. Sem a volúpia das prostitutas ou cinismo dos políticos, tentei apenas, calar tua voz e abusar de teu corpo como mera necrófila insatisfeita...
Gosto da morte e gozo com estados avançados de putrefação. Gosto do além túmulo e trepo com vampiros da minha solidão...
Se gozo é porque sou medíocre, gozo para não morrer, pois quer estado mais vivo que o de um gozo? Quer passagem mais conflitiva aquela em que temos que ir, mas o tesão nos impede? Um sopro de vida numa gota de esperma que escorre... Um sopro de morte num coágulo de algum ser que morre...
Quero o amor. Mas não amor dos bestas, bestial estado estafermo de um tarado e uma lesma...Quero o amor imensurável de dois corpos que se afinam e se confinam e se unem e se amam e se...Acabem. Juntos! Pois só assim será amor.
O último adeus no túmulo. O último beijo. O último choro antes do cravar da lâmina no peito para o encontro final...
Já vou...Me espera! O que em vida foi união de carnes e orifícios percorridos, agora em morte a eternidade e o amor...Bendito!


Me Morte

2 comentários:

Adroaldo Bauer disse...

Um amor assim indelicado
preguiçoso e pasmacento,
é nem amor, que já passado.

Amor com jeito de amor
arromba porta e janela
se afirma ela sobre ele

Ele sobre ela, ambas
feras em cio sismadas
pelo brio das eras

É apenas amor, inteiro
sem qualquer mote,
arremedo, ou mensageiro

Será definitivo até a morte
com um pouco de muita sorte

Carlos Reis disse...

Bem Legal.....