Bem vindos ao Cemitério do Vale das Sombras. Uma Necrópole de nossos textos sombrios. Aqui só crônicas, poemas, contos e tudo no bom e velho estilo gótico de viver. Falou de morte? Poste aqui. Tristezas? Raiva? Contos macabros? Fábulas assombrosas? Temas exóticos? Textos fantasmagóricos? Aqui não tem meio sorriso, sorriso inteiro, só choro e sobrenatural. Venha fazer parte das almas atormentadas do Vale das Sombras.
quinta-feira, 15 de maio de 2008
" LE SUPLICE EST SUR "
Le suplice est sur
Thiers R >
Na boca roxa do punhal
le suplice est sur (“O suplício é lento”)
treino meu francês
nesta hora inerte
quem sabe o companheiro Rimbaud
socorra rota palavra
que tenta dar forma a meus sentimentos?
madrugada de mijo...
entre os lençóis da cama
foi só o que
restou de ti
afundei-me no entardecer
dum romance acabado
louco, tenso, vertiginoso,
pueril, fragilizado e aflito
os vermes comeram a base arenosa
do que chamamos amor
nada sobrou a não ser o desmonte
estes são pensamentos
que escorrem o corpo
sim, carrego o filete sangrento
da sensatez
enfim ao descolar da pele
consumida pelo amor que te ofertei
concluo um nunca mais
e bebo o sal das lágrimas
onde mergulho
dor infinda
2008>>
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4 comentários:
Difícil é não sentir a raiva invadir uma das porta de meu coração...trancafiá-lo é isso que vou fazer de agora em diante...pedras sangrentas é o que te envio,punhais dilacerantes é o que te presenteio...desculpe empolguei...muito bom!!!
O frances nos leva � libido, ao tes�o...Dif�cil n�o se arrepiar com poema t�o sensual! Vc teme ssa desenvoltura para a poesia, arte de fazer arrepiar...Muito bom!
Atendendo a pedido...
_ os vermes comeram a base arenosa
do que chamamos amor _
incrível este termo.. os vermes comeram a base arenosa..
A vida é assim, há mais vermes do que amor pelo mundo.. O mundo povoa indignidade.. É isso amigo....sua poesia rasga a pele, a minha está em polvorosa. Cara1 vc escreve bem demais!
THIERS,QUERIDO...
Uma bela forma de treinar o francês...aliás,não existe uma língua melhor pra falar de amor...sou apaixonada...
Com certeza Rimbaud te socorreu,meu caro...,forma mais exata e mais profunda não poderia ter...seu poema dilacerado entre o que restou do amor... esse cheiro de mijo nos lençóis atravessou tudo..impregnou os sentidos...e eu senti sua dor...(do eu-lírico) ..ácida...em meio aos vermes...e o amor virou pó..poeira....areia...a ampulheta se quebrou e o tempo se foi...e td que resta é um poço sem fundo...um espaço desconhecido....tudo estranho e e ele mesmo estrangeiro...bebe o sal das lágrimas...e jura nunca mais amar...O velho juramento que sempre se quebra...qndo o solo se refaz ...e os vermes tornam se esconder por um tempo...
Parabéns,excelente conto!!Gosto muito do seu estilo,vc sabe...
Un besser bleu...mon cheriè..
Je t'aime...
Blue
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