Gólgota
O escapulário que deixaste
de teus dedos em meus seios
não mais vejo.
Meu sexo
- pequeno escrínio
de teu sêmen -
foi fechado à chaves.
Não se abrirá nem com teu beijo.
Já sumiu do meu corpo
o sudário de tua pele
e teu cheiro,
pois foi longo meu calvário.
Trataste com escárnio
o milagre, a coisa sacra
que habitava os sotãos
cheios de arcas:
Eu, teu relicário.
4 comentários:
eu queria ser a jóia para esse releicário... nossa que lindo... profundo e perturbador... sem adjetivos para ti...
força na pena luz no poema!
Parabéns linda... muito bom seu trabalho!
Apesar de achar o comentário do Flávio um pouco atrevido, agradeço o elogio.
Ao Manuel, muio obrigada.
O poema é lindo com certeza. O Flávio é um escritor como poucos, profissional das letras talentoso, grande poeta, podia passar sem essa...Não vi nenhum atrevimento em seu comentário, pelo contrário, foi muito educado e galanteador. Um homem difícil de se encontrar e por isso mesmo, assustador para namorados e maridos. Quem não gostaria de ter o coração de um homem assim? Um poeta de primeira...Mas, profissional como é, não emitiria um galanteio tão lindo à pessoa da Flá e sim ao eu lírico do poema. Mas acontece Flá, que para nós meros mortais pretensos a ser um décimo do que ele é, fica difícil o entendimento. Sem contar que assim fazemos uma mediazinha com nossos namorados, não é mesmo...Coisa de humanos.
Bom, Fla´...Bom poema.
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