Eu peço a Deus um último pigarro
Que possa abafar minha esperança
Eu parto quase sempre da lembrança
De ter sido meu único cigarro.
Disfarço sempre um mal qualquer que seja
E como em mesmo prato sempre puro
Ter sido como arroto sempre duro
Foi como esquartejar-me numa igreja.
Encontro sempre um caos por onde andar
Julgado pelo tempo esfarelado
Na dura incidência de ser corpo.
Eu tenho sempre um caco pra pensar
E um juízo mal e ainda porco
Na porta de um leproso só de um lado.
Dos Anjos
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