quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Das perdas e ganhos


Imagem: criação de Juli Bauer


Tudo de novo é tudo novo, se é outro dia, se somos mesmo as mesmas pessoas, outras pessoas somos.


Eu não acho estranho que sintamos dor, nem que se leve essa dor ao âmago se boas pessoas somos.


Perdemos todos os dias pessoas queridas, pessoas conhecidas, pessoas desconhecidas.
Perdemos todos os dias um pouco das nossas vidas, muito dos nossos sonhos, mais ainda da possibilidade de vê-los concretos um dia.


Perdemos todos os dias fios da teia da esperança.


Perdemos todos os dias, até o nascer do sol, porque estamos ainda dormindo, ou o pôr do sol, porque está chovendo, o céu é cinza, e não saímos a rua para molhar os pés.

Perdemos todos os dias o que ganhamos todos os dias.


E, não vou ser insensível: perdemos em muitos desses dias pessoas por demais queridas, jamais possível de serem por outras pessoas substituídas, porque com elas perdemos parte das nossas vidas, grandes pedaços de nossas almas com parte mesma da nossa carne.


As vidas que ganhamos e reproduzimos devemos sempre elevar, todos os dias, por beijos, por abraços, por palavras doces, por carinhos, para que nos sobrem as boas lembranças sobre as más recordações, para que deixemos ao partir saudades de bons momentos, de amizade, de amor, de alegria aos que sobreviverem a nós.


O que posso dizer a mais é que devemos sempre celebrar incondicionalmente a vida

Nenhum comentário: