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Céu que agora desaba é um inferno
Complexo, pois todo Céu possui um inferno
Para prestar contas de vivência.
Eu me tranco, no degredo-alma
De um só quarto.
Fujo do escpectro vil que se chama
Vida
E corro pela sombra demente e ausente
Do meu pensamento.
As calçadas, cheias de pedintes sem vida
Imploram o meu socorro à toa
Uma ajuda vã, guardada pelo cadeado
Da existência!
dos Anjos
Um comentário:
O monumento é de papel crepom e prata
Os olhos verdes da mulata
A cabeleira esconde atrás da verde mata
O luar do sertão
O monumento não tem porta
A entrada é uma rua antiga, estreita e torta
E no joelho uma criança sorridente, feia e morta
Estende a mão…
Viva a mata ta tá
Viva a mulata ta ta ta tá
No pátio interno há uma piscina
Com água azul de Amaralina
Coqueiro, brisa e fala nordestina
E faróis
Na mão direita tem uma roseira
Autenticando eterna primavera
E no jardim os urubus passeiam a tarde inteira
Entre os girassóis…
(Caetano Veloso) Tropicália - trecho
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