terça-feira, 28 de abril de 2009

O Medo


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Dia 20\03\09 às 9:30 da noite...
“Gente vou dormir!”O sereno da praia Ponta de Pedra transpassavam os esporos da minha pele e passeavam refrescando meus ossos trêmulos,o nervosismo misturado com pânico naquela noite não me decifrava o “porque”, o porque meu coração acelera e a minha alma gela como se fosse o Alaska a 20°graus abaixo de zero,meu corpo não estava comigo,eu chorava no cantinho do quarto observando meu corpo entrar em estado de sublimação passando pelo estado sólido e indo direto para o gasoso,ele realmente estava se desfazendo, como se desfez de mim, agora só faltava ele se desfazer dele próprio.
As horas se passaram(11:33 da noite) ,e tudo era apenas escuro e frio,mas ao menos conseguir sincronizar eu em mim mesmo, tentei descansar mas o medo ainda estava presente e como sempre,sem nenhuma finalidade.
Para tentar desviar o desvairado e o tirano medo,pensei no meu amor.Ah...pensei,pensei e pensei,e de tanto pensar peguei no sono numa intensidade e numa sensação de conforto e liberdade.
Meu sono entrou em plano de perseguição contra minha auto-análise,várias coisas estranhas me transmitiram no sonho,tudo ao mesmo tempo, era uma vista psicótica e até mesmo psicodélica eu não conseguia entender o que aquelas coisas queriam me dizer.Depois de tantas agonias e desesperos,minha imaginação trocou de canal e quando o programa começou a dar-me as imagens, era o meu amor que veio para me salvar.
Lembro-me do lugarejo bonito que passeávamos,tinha uns arvoredos e flores de várias espécies nos cercando,a gente não corria, porque nesse “reality show” o tempo dependia da velocidade de nossos passos,e por um tempo paramos e no sonho sonhamos com a eternidade ali,paradinhos de mãos dadas.
Uma interferência brusca ocorreu ali,não conseguia entender muito bem o que acontecia,mas ali na frente,tudo estava cinza meio avermelhado, as flores desfalecendo,e pedras loucas e perdidas em nossa direção,uma das pedras vinha em direção a ela.Logo o meu amor, que veio até aqui predestinada a salvar-me,eu não poderia deixar que o tal pânico me tirasse ela de modo tão covarde,e logo atiro-me espontaneamente na frente...(paff!)
Uma cachoeira vermelha pinta minha face, o encarnado era quente mas eu sentia muito frio.O silêncio e a imagem dela na minha frente era só o que me restava,aos poucos ia sumindo,sumindo,sumindo...
de repente caio de joelhos e o preto saciado sentindo-se realizado,tomou conta daquele momento.
Às 6:33 da manhã do dia seguinte o telejornal anúncia:
“Homem é encontrado morto,com uma pedrada na cabeça de dentro para fora.”


Por Emerson Sarmento.

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