sábado, 29 de agosto de 2009

A Máscara da Morte Escarlate




De Edgar Allan Poe
Tradução de Glória Athanázio e Karla de Barros Leite

A morte escarlate há tempos devastava o país. Nenhuma peste havia sido tão fatal, ou tão hedionda. Sangue era seu Avatar e seu selo – a loucura e o horror do sangue. Surgiam dores agudas, tontura súbita e, em seguida, sangramento em profusão pelos poros e a consumição. As manchas vermelhas no corpo, em especial no rosto da vítima, eram maldições proibidas que a afastavam do socorro e da simpatia de seus companheiros. E todo processo, a evolução e o extermínio, ocorria em meia hora.
Mas, príncipe Próspero era feliz, destemido e sagaz. Quando a população de seus domínios foi reduzida à metade, convocou à sua presença um milhar de saudáveis e despreocupados amigos entre os cavaleiros e damas de sua corte, e com estes retirou-se à total solidão de um dos seus mosteiros fortificados. Esta era uma estrutura extensa e magnífica, uma criação própria do príncipe, excêntrica, mas de um gosto majestoso. Completamente cercada por uma forte e altiva muralha, era protegida por portões de ferro. Após a entrada dos cortesãos, trouxe pesados martelos e fornos e soldou-lhe as trancas.
Resolveram não deixar meios de entrada ou de saída, para os súbitos impulsos de desespero ou para a loucura que havia à volta. A abadia foi amplamente abastecida. Com essas precauções, os cortesãos poderiam desafiar o contágio. O mundo exterior podia cuidar de si mesmo. Nesse momento, era loucura sofrer ou pensar no assunto. O príncipe tinha providenciado todos os tipos de prazeres. Havia bobos da corte, repentistas, bailarinos, músicos, Beleza e vinho. Tudo isso, mais a segurança, estava lá dentro. Lá fora estava a “Morte Escarlate".
Ao final do quinto ou sexto mês de sua reclusão, o Príncipe Próspero recepcionou seus milhares de amigos com um baile de máscaras de uma magnificência fora do comum.
Era um cenário voluptuoso, aquele do baile de máscaras. Mas, primeiro, deixe-me falar das salas onde ele foi preparado. Eram sete - uma suíte imperial. Porém, em muitos palácios, essas suítes formam um amplo e extenso cenário, quando as portas dobráveis deslizam até bem próximo das paredes em ambos os lados, para que a visão total não seja prejudicada. Aqui, o caso era muito diferente, como era de se esperar vindo do duque do amor pelo "bizarro". Os apartamentos eram tão irregularmente dispostos, que a visão cobria pouco mais que um por vez. Havia uma curva acentuada tanto para a direita como para a esquerda e, no meio de cada parede, uma alta e estreita janela gótica dava para um corredor fechado que acompanhava o contorno da suíte. Essas janelas eram de vitral, cuja cor variava de acordo com a tonalidade predominante na decoração da sala que se abria. Aquela, na extremidade oriental, por exemplo, era azul - e de um azul vívido eram suas janelas. A segunda câmara era roxa em seus ornamentos e tapeçarias, e ali os vidros eram roxos. A terceira era toda verde, e assim eram os batentes da janela. A quarta foi mobiliada e iluminada com laranja - a quinta com branco - a sexta com violeta. O sétimo apartamento estava envolto em tapeçarias de veludo preto, penduradas por todo o teto e nas paredes, caindo em pesadas dobras sobre um tapete do mesmo material e tonalidade. Mas, somente nesta câmara, a cor das janelas não correspondia à decoração. Os vidros eram escarlates - uma cor profunda de sangue.
Em nenhum dos sete apartamentos havia qualquer lâmpada ou candelabro em meio à profusão de ornamentos dourados espalhados por todos os cantos ou dependurados no teto. Não havia qualquer tipo de luz proveniente de lâmpada ou vela dentro da suíte das câmaras.
Mas nos corredores que circundavam a suíte havia, diante de cada janela, um pesado tripé com um braseiro, que projetava seus raios pelos vitrais coloridos e, assim, produzia uma infinidade de efeitos vistosos e fantásticos. Mas na parte oeste, na câmara posterior, o efeito do clarão de luz que jorrava sobre as cortinas escuras através das vidraças cor de sangue era desagradável ao extremo e produzia uma visão tão selvagem do semblante de quem entrava que, afinal, poucos ousavam colocar os pés naqueles limites. Era também nesse apartamento que se achava, encostado à parede oeste, um gigantesco relógio de ébano. Seu pêndulo balançava com um ressonar aborrecido, pesado, monótono; quando o ponteiro dos minutos fechava o circuito, e estava para fechar a hora, veio dos pulmões de bronze do relógio um som, que era claro, alto, profundo e extremamente musical, mas com uma nota tão peculiar e enfática que, de hora em hora, os músicos da orquestra eram forçados a interromper momentaneamente sua apresentação para escutar o som, e, portanto, os dançarinos necessariamente paravam sua evolução, e ocorria uma breve perturbação em todo aquele alegre grupo. Aconteceu que, enquanto os carrilhões do relógio ainda tocavam, observou-se que os mais excitados empalideceram e os mais velhos e calmos passavam a mão na sobrancelha, como que em um confuso devaneio ou em meditação.
E, quando os ecos tinham cessado totalmente, ao mesmo tempo um rasgo de alegria tomou conta do grupo; os músicos se entreolharam e sorriram, como que de seu próprio nervosismo e insensatez e, sussurravam prometendo uns aos outros que o próximo badalar do relógio não produziria neles nenhuma emoção semelhante. Eis que, após um lapso de sessenta minutos (que abrange três mil e seiscentos segundos do Tempo que voa), na badalada seguinte do relógio, então, houve o mesmo desconcerto, tremor e meditação de antes. Mas, apesar disso, foi uma festa alegre e magnífica. Os gostos do Duque eram peculiares. Tinha um olhar refinado para cores e efeitos. Desprezava a decoração da “moda”. Seus arranjos mostravam-se ousados e veementes, e suas idéias brilhavam com um esplendor bárbaro. Há quem pensasse que era louco. Seus seguidores sentiam que não. Mas, era preciso ouvi-lo, vê-lo e tocá-lo para ter certeza de que não.
Ele coordenou, em grande parte, a variável decoração das sete salas por ocasião desta grande festa, e foi o seu gosto pessoal que orientou e deu as características para as fantasias dos mascarados. Acreditem, elas eram grotescas. Havia brilhos e mais brilhos, de um gosto picante e fantástico. Havia figuras fantásticas com acessórios e adornos que não combinavam. Havia fantasias delirantes, como feitas por um costureiro louco. Havia muito de belo, muito de devasso, muito de bizarro, um tanto de terrível, e um pouco de algo que poderia causar repugnância. Saltitava, indo e vindo pelas sete câmaras, de fato, uma multidão de sonhadores. E eles, os sonhadores, giravam sem parar, assumindo a cor de cada salão e fazendo com que a impetuosa música da orquestra parecesse o eco de seus passos. E, logo, soa o relógio de ébano colocado no salão de veludo. Então, por um momento, tudo fica imóvel e em silêncio, menos a voz do relógio.
Os sonhadores permanecem congelados como estão. Mas, os ecos do carrilhão vão se extinguindo – duram apenas um instante - e um riso meio tênue flui, à medida que os ecos se despedem. Agora a música aumenta, e os sonhadores revivem, mais do que nunca falseiam alegremente para lá e para cá, assumindo as cores das muitas janelas multicoloridas, através das quais os raios dos tripés se refletem.
Mas, na câmara, mais a oeste dentre as outras sete, agora nenhum dos mascarados se aventura, pois a noite se aproxima do fim, e ali flui uma luz mais vermelha pelos vitrais cor de sangue, e o negror das cortinas escuras apavora; e para aquele, cujo pé cai sobre o carpete negro, próximo do relógio de ébano, soa um barulho abafado, mais solene e enfático do que qualquer outro que chega aos ouvidos daqueles entregues à alegria mais remota dos outros salões.
Mas esses outros salões estavam densamente cheios, e neles batia febrilmente o coração da vida. E, a festa seguia animadamente até que, enfim, começou a soar meia-noite no relógio. Então, a música cessou como eu havia dito, as evoluções dos dançarinos se aquietaram, e, como antes, houve uma preocupante imobilização de todas as coisas. Mas agora, eram doze badaladas do sino do relógio que soavam; assim aconteceu, e talvez por isso, mais pensamentos tenham se infiltrado, por mais tempo, nas meditações dos mais pensativos, entre aqueles que festejavam. E assim também sucedeu que, antes que os últimos ecos da última badalada tivessem irrecuperavelmente silenciado, muitos indivíduos que se divertiam na multidão perceberam a presença de uma figura mascarada que antes não chamara a atenção de uma única pessoa. E, o rumor dessa nova presença, se espalhou em sussurros por todo lado, cresceu aos poucos em todo o grupo um zumbido ou murmúrio de horror e de repulsa.
Em uma “assembléia” de fantasmas, como esta que pintei, pode-se muito bem supor que nenhuma aparência comum poderia causar esse tipo de sensação. Na verdade a liberdade dos mascarados nesta noite era praticamente ilimitada; mas a figura em questão superou em muito o próprio Herodes e ultrapassou até os indefinidos limites de decoro do príncipe. Existem acordes nos corações dos mais imprudentes, que não podem ser tocados sem emoção. Mesmo para aqueles totalmente perdidos, para os quais a vida e a morte são igualmente uma piada, existem questões com as quais não se faz piada.
Todo o grupo, na verdade, parecia agora sentir profundamente que na fantasia e na atitude do estranho não existia graça nem decoro. A figura era alta e magra, e envolta da cabeça aos pés em vestes mortuárias. A máscara que ocultava o rosto foi feita de tal forma lembrando o rosto enrijecido de um cadáver, que mesmo um exame mais minucioso teria dificuldade em detectar a trapaça. Tudo isso poderia ter sido tolerado, se não aprovado, pelos loucos festeiros ao redor. Mas o mumificado mascarado tinha ido longe demais ao assumir o personagem da Morte Escarlate. Sua veste estava respingada de sangue, e sua máscara exagerada, com todos os traços de seu rosto, estava salpicada com o horror escarlate.
Quando os olhos do Príncipe Próspero caíram sobre esta imagem espectral, (que, com um movimento lento e solene, como que para mais plenamente sustentar seu papel, andava para lá e para cá, entre os dançarinos), num primeiro momento, podia-se ver que ficou estarrecido, e teve um forte estremecimento de terror ou repulsa; mas a seguir, a sua fronte ficou vermelha de raiva.
- “Quem se atreve?” – perguntou com rouquidão, aos cortesãos que estavam perto dele.
- Quem se atreve a insultar-nos com esta zombaria blasfema? Agarrem-no e desmascarem-no. Assim poderemos saber a quem temos de enforcar, ao amanhecer, nas muralhas!
Príncipe Próspero estava no lado leste, ou câmara azul, quando proferiu essas palavras. Elas ressoaram pelos sete salões em alto e bom som, pois o príncipe era um homem arrojado e robusto, e a música tinha silenciado a um movimento de sua mão. O príncipe estava no salão azul com um grupo de pálidos cortesãos ao seu lado.
A princípio, quando ele falou, houve um movimento rápido do grupo em direção ao intruso, que, num momento estava também ao alcance da mão, e então, com um passo decidido e firme, aproximou-se muito do orador.
Mas, pelo temor sem nome com o qual o louco mascarado havia contagiado toda a festa, não foi encontrado ninguém que fosse em frente para agarrá-lo; assim, livre, ele passou a alguns passos da pessoa do príncipe; e enquanto o grande grupo, que por impulso, moveu-se do centro das salas para as paredes, sem ser interceptado e com o mesmo passo solene e medido que o celebrizou da primeira vez, ele fez o seu caminho livremente através da câmara azul para a púrpura, da púrpura para a verde, da verde para a laranja e, através desta, novamente para a branca - e daí até a violeta, antes que se fizesse um movimento decisivo para prendê-lo. Foi então, porém, que o Príncipe Próspero, ensandecido de raiva e vergonha por sua momentânea covardia, correu precipitadamente através das seis câmaras, embora ninguém o seguisse por conta do terror mortal que tomara conta de todos. Ele segurava bem alto uma adaga desembainhada, aproximou-se, com uma rapidez impetuosa, cerca de três ou quatro passos da figura fugidia, quando este último, tendo alcançado a extremidade do salão de veludo, virou-se de repente e confrontou seu perseguidor.
Houve um forte grito – e o punhal caiu sobre o reluzente tapete preto, sobre o qual logo instantaneamente, caiu prostrado e morto o príncipe Próspero. Então, convocando a coragem selvagem do desespero, uma multidão de festeiros de uma só vez atirou-se no apartamento negro, e agarrando o mumificado cuja alta figura permanecia ereta e imóvel dentro da sombra do relógio ébano, arfou de indizível horror ao encontrar a mortalha e a máscara de cadáver, que eles manusearam com tanta violência e grosseria, desabitada por qualquer forma tangível.
E agora foi reconhecida a presença da morte escarlate. Ela tinha vindo como um ladrão na noite. E, um por um, os festeiros caíram nos salões ensangüentados da sua festa, e cada um morreu na desesperada posição de sua queda. E a vida do relógio de ébano se foi com a do último folião. As chamas dos tripés se extinguiram. E a escuridão, a decadência e a morte escarlate mantiveram ilimitável soberania sobre tudo.


Pesquisa de Adroaldo Bauer

Edgar Allan Poe escritor, poeta, crítico literário e editor é um dos precursores da literatura de ficcção científica e fantástica modernas. Algumas das suas novelas, como Os Crimes da Rua Morgue, A Carta Roubada e O Mistério de Maria Roget figuram entre as primeiras obras reconhecidas como como do gênero policial.
Poe usa uma espécie de terror psicológico em suas obras, seus personagens oscilam entre a lucidez e a loucura, quase sempre cometendo atos infames ou sofrendo de alguma doença, os contos sempre narrados na primeira pessoa.

A sua colecção Tales of the Grotesque and Arabesque traduzida para o francês por Baudelaire como "Histoires Extraordinaires" e para o português como Histórias Extraordinárias é apontada como um marco da literatura estadunidense.
As obras mais conhecidas de Poe são góticas, seus temas mais recorrentes lidam com questões da morte, incluindo sinais físicos dela, os efeitos da decomposição, interesses por reanimação dos mortos e o luto.
Muitas das suas obras são geralmente consideradas uma reação literária ao trancendetamismo estadunidense.
Além do horror, Poe também dedica-se à sátira e a contos de humor. Para efeito cômico, usa a ironia e a extravagância do rídiculo, muitas vezes na tentativa de liberar o leitor da conformidade cultural.
"Metzengerstein", a primeira história de horror que Poe publica, foi originalmente concebida como uma paródia satirizando o gênero popular.
A escrita de Poe reflete suas teorias literárias. Se opunha a trabalhos com significados óbvios, acusando-os de assim deixarem de ser arte. Ele acreditava que o trabalho de qualidade deveria ser breve e concentrar-se em um efeito específico e único. Pensava que o escritor devesse calcular cuidadosamente sentimentos e idéias.
Edgar Allan Poe nasceu em 1810, de David Poe Jr., que abandonou a família naquele mesmo ano, e da atriz Elizabeth Arnold Hopkins Poe, que morre de tuberculose um ano depois, em 1811.
É acolhido por Francis e o marido John Allan, bem sucedido comerciante de Richmond, que lhe dá o nome, mas nunca o adota legalmente. Há um registro dele na Universidade da Virgínia, em 1826, que frequenta durante um ano, sendo expulso por comportamento não tolerado na instituição.
Desentende-se com o padrasto, alista-se nas forças armadas com o nome de Edgar A. Perry, em 1827, ano em que publica o seu primeiro livro, Tamerlane and Other Poems.
Depois de dois anos é dispensado do serviço militar.
Publica seu segundo livro, Al Aaraf em 1829, ano em que morre sua madrasta, quando reconcilia-se com o padrasto, que o auxilia a entrar na Academia Militar de West Point, de onde será expulso em 1831, pelo que o padrasto o repudia definitivamente. Com a morte do padrasto em1834, Poe muda-se para Baltimore, para morar com uma tia viúva, Maria Clemm.
Poe usa a escrita de ficção como meio de subsistência e, no final de 1835, torna-se editor do jornal Sothern Literary Messenger, de Richmond, onde trabalha até 1837.
Casara-se em segredo com a prima Virgínia, de 13 anos, em 1836. Um ano após mudara-se para Nova Iorque, onde permanecera 15 meses, mudou-se para a Filadelfia, e pouco depois publica The Narrative of Arthur Gordon Pym.
Torna-se editor assistente da Burton's Gentleman's Magazine, onde publicou um grande número de artigos, histórias e críticas.
Durante este período, Virgínia Clemm fica tuberculosa e inválida. A doença da mulher acabou por levar Poe ao alcoolismo. Deixa a Burton's Gentleman's Magazine.
De volta a Nova Iorque trabalha brevemente no Evening Mirror, antes de se tornar editor do Brodway Journal. No início de 1845 publica, no Evening Mirror, o seu mais popular poema The Raven (O Corvo).
Em 1846 o Brodway Journal quebra. Poe muda-se para uma casa no Bronx onde a esposaVirgínia morre no ano seguinte. A casa é conhecida hoje como Poe Cottage e está aberta ao público,.
Em 3 de outubro de 1849, Poe é encontrado na rua em Baltimore com roupas que não eram as suas, em estado de delirium tremens. Levado a hospital, vem a morrer quatro dias depois. As suas últimas palavras teriam sido «It's all over now: write Eddy is no more», «Está tudo acabado: escrevam Eddy já não existe».

32 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, muito bom esse post do edgar. Amo demais esse autor e amo demais esse blog.
Muito show, bjs.

MPadilha disse...

o adroaldo tem cultura sombria na veia, rs...muito boa sua pesquisa!

Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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