terça-feira, 24 de novembro de 2009

nem bom, nem mal, humano

no universo conhecido, amor
nem só é bom nem apenas dor
a pessoa, penso, entanto, mata
é morta por outro animal
mesmo semelhante feral
pela fome ou por rival
passa o tempo e a história
é presente entre nós, amada
e por pouco ou mesmo nada
tanta gente assassinada
pela hegemonia conquistada
de nacionalidades a tribos
escravizam-se soberanias
de terras nacionais ou tribais
de outros iguais
não mais lanças, espadas, punhais
após a pólvora, o chumbo, sabeis
são canhões, foguetes, mísseis
das ferrenhas disputas cruéis
para adonar-se da pouca água
da muita terra, de quase nada
transformado em mercado
conquistada em tanta guerra
nem boa ou má a pessoa nasce
há um caminho de opressão
a exploração em marcha batida
a corrida da iniquidade, amada
não é feita por piedade
prevalece a desumanidade
há progresso, há ciência
nos detalhes e na essência
mais controle de doenças
mais vida em expectativa
para poucos, se bem diga
os de cima... a indecência
há gente que morre de fome
sem meios mais de guerrear
devastações são continentais
sem solidariedade a barrar
a barbárie já retorna
e um senhor da guerra capaz
é premiado campeão da paz
dos campos de papoula
cocaleiros dos quintais
num botequim de favela mais
leva chumbo um soldadinho
fogo amigo de outro bandido

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