segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O Terceiro Olho

Absorta, ela continuava estática olhando a cena diante de seus olhos. Um lenço cobria sua cabeça, o corpo disfarçado sob uma gabardine escura, luvas finas... E a Magnum ainda quente na mão!

Entrara sem barulho no quarto barato que cheirava fétido. Quem primeiro a vira, foi a morena de nádegas trigueiras, seminua, de quatro sobre o homem, prensando-lhe a cabeça contra a cabeceira da cama. Ele, com a cara enfiada num cunninlingus, não pressentira a invasão.

Primeiramente, a mulher que escolhera o homem errado! Levou um golpe com a navalha que decepou-lhe a mandíbula inferior. Ela nem gritou. Emborcou sobre a cama tingindo os lençóis de vermelho.

Aí, sim, ele estupefato, arregalou os olhos míopes, encarando-a. Nem teve tempo para analisar os fatos. Teve o projétil encravado no meio da testa, como um terceiro olho.

Aída ainda pensou que a pobre, se sobrevivesse, poderia ainda dar aulas usando máscara... Quem sabe uma de Minnie?

Ele... Ah! Ele! Arderia no inferno, o cão maldito, traidor ingrato!




LU CZER

Um comentário:

Ana Kaya disse...

Lu amiga,
Que belo texto, não conhecia ainda este seu lado "negro" ehehehe.
Parabéns.
Bjs e mordidas