quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

de Rodrigo Caldas


Então o palpitar começa,
E vence o medo de enfrentar o que é real.
O que podemos ver senão desconfiança?
Uma sonata serena atravessa a noite
Explodindo em um canto do quarto em que me encontro
E lembro-me de ambos,
Mas mesmo a mente estando em dois,
Meu interior quer apenas um.

Estando coberta a banheira de bruma leve
Me encontro deitada, na água morna,
Esperando a imagem de ti materializar-se
O que não acontece,
E me sinto só.

O medo de perder, o que quer que seja,
O arrependimento que não vem, é indesejado.
E a felicidade que me faz culpada
Da saciedade que sinto,
E do corpo que treme ao toque dessa pele quente.

E eu odeio teus segredos,
Teu olhar opaco de quem não quer que veja,
Interessado em me fazer perfeita em tua mente,
O que quer que seja, não, nunca será
O que tu esperas sempre.

E os braços fortes que não me deixam cair,
Deitam-me sobre a grama e me aquecem...

Eu não me sinto só,
Não me sinto triste.
Desde que tu estejas comigo.

Rodrigo Caldas
(foto do blog /http://www.fotolog.com/sinistra/17475895)

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