Bem vindos ao Cemitério do Vale das Sombras. Uma Necrópole de nossos textos sombrios. Aqui só crônicas, poemas, contos e tudo no bom e velho estilo gótico de viver. Falou de morte? Poste aqui. Tristezas? Raiva? Contos macabros? Fábulas assombrosas? Temas exóticos? Textos fantasmagóricos? Aqui não tem meio sorriso, sorriso inteiro, só choro e sobrenatural. Venha fazer parte das almas atormentadas do Vale das Sombras.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
Não permita que seus anjos encarnem
Não permita que seus anjos encarnem.
Encarnados, anjos perdem o seu lume.
Se mortais, anjos abdicam da agelitude
E se enrascam no pior dos sentimentos.
E assim, chegam a sentir ciúme.
Foi-se o tempo do maniqueísmo
Bons e maus, agora sei, é aforismo
São os mesmos anjos bons que se rebelam
E os maus, anjos menores, vêm à tona
Anjos são isso só: anjos pendentes,
Iminentes, nunca anjos verdadeiros.
Os primeiros querubins anunciados
São malvados como só foi Belzebu.
Anjos são, pois, referências primitivas
A cuidar de nossa insônia, nossa sorte.
Madrugada, e meus anjos frios do norte
Me carregam, sem querer, p’ra sul do sul.
Que importa? Sejam anjos de verdade
A me oferecer, não o todo, só metade.
Ainda assim são anjos. Assim seja.
Que os perdoe esse Deus que não é nada,
Só vontade.
Ruy
(foto de Anjos de Belini - Roma)
2 comentários:
Pobres anjos Rui, não seja tão malvado com eles ehehhe.
Eu gosto dos anjos e acho que eles fazem o bem. E como em tudo e todos, deve haver anjos ruins tb, mas creio que a maioria é de boa índole ahahahahahah.
Bjs
amei!
um texto elegante.
Vocabulário imaculadamente rebuscado!
parabéns
Postar um comentário