domingo, 11 de maio de 2008

Pesadelos


Calo em imagens toscas, idéias desbaratadas (sou eu meu próprio veneno), imagens mal acabadas, fantasmas desnecessários, inaptidões, medos vários e uma frágil memória do que aprendi de correto.

Silenciam-me pequenas visões menos que intuídas, imitações de feridas que não tenho nem deveria, mas me roubam as nuvens brancas e me impõem tormentas indescritíveis, violentas para as quais cerro os olhos, fecho a fronte, enrugo a testa por que, por certo, não é esta a alma que em mim habita, pois que esta não acredita nem ao menos em si mesma, quem dirá nessa desdita.

3 comentários:

MPadilha disse...

E para fechar o dia das mães com chave de ouro, só podia ser o Ruy a postar hoje com o brilho dos seus escritos.
Muito bom! Sombrio e lindo!
Felicidades...de mãe todos temos um pouco, que eu sei,rs

Thiers Rimbaud disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Thiers Rimbaud disse...

Gostei muitíssimo Ruy, principalmente pq seu relato é sombrio escrever sem um pingo de sangue, as pessoas pensam que pra ser sombrio tem que usar os termos: SANGUE, LÁPIDE, CEMITÉRIO, MORTE, PUNHAL e outros materias propícios e eu acho que sombrio pode ser muito mais do que apenas estes termos. Vc fez um relato sombrio sem usar sequer um destes termos acima. Ficou belíssimo.