quinta-feira, 8 de maio de 2008

POEMA


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Sou do meu próprio túmulo cinza e reverbero
Sou um ser sem asa nem aconchego
Sou em mim mesmo o próprio negro
Semelhante a dois cães e a Cérbero.

Fui mandado embora sem semente
Guardada do meu fim mesmo em crepúsculo
E me queimam as feridas em mesmo músculo
Que me deram as amantes, as serpentes.

Esse barco é guardado em travessia
De um inferno liso e resguardado
Numa bolsa malsinada pelo odor.

Sou tão cego que em mim eu não me via
A mesma face de ódio declamado
E o ódio de uma face amando a dor.


dos Anjos

Um comentário:

MPadilha disse...

Que seria de nós sem a poesia? Ela que nos remete ao mundo de nossas fantasias, seja no belo e claro, como no osbscuro mundo das sombras.