quarta-feira, 11 de junho de 2008

Esfola


Esfola-te. Agora.
Arranca tua pele mais fina
E superficial.
Arranca tua casca
Livra-te deste mal
Que te enraíza o medo
O medo de posses
O medo de perde-las.

Esfola-te das cascas
Que te enrijecem
Livra-te dos pesos
Que em nada serão
Adições à tua vida.

Apenas a medida do que possuis,
Mas nunca nada tens.
Livra –te dos bens
Pois que são males.

Guarda tua única posse
Que é maior.
Guarda o que tens na alma
Para o que for.

Ejeta o que é só matéria
Fica com teu poema
A tua mais séria
Forma de conversar
Com poucos,
Os poucos que te bastam.

Aprenda a ver o olhar
Aprenda a saber quem te sabe
Pois quem te sabe, te faz.

Um comentário:

MPadilha disse...

Quando li teu poema lembrei que tenho vc, engraçado, me fez sentir tristeza pelos meus inimigos. Eles são tão carentes de amizades como a nossa, são tão deficiente de sentimentos puros, quem dera a gente pudesse repartir isso...Quem tem amigos como vc Ruy não sente provocações, frustrações ou sentimentos pequenos. Eu sinto falta de poder ajudar mais meus inimigos, pois já sou plena de mim, de nós...E sou eternamente agradecida a ti, obrigada por ser quem é.