sexta-feira, 29 de agosto de 2008

DE ENCONTRO AO DESTINO



Ela caminhava pelo cemitério silencioso.
A noite caia de leve, cobrindo tudo com seu manto.
O cenário é triste, quase tenebroso.
E o murmúrio do vento nas árvores, confunde-se com seu pranto.

Ela chora por quem já se foi deste mundo,
Deixando-a sozinha neste poço sem fundo.
Sobre a tumba de seus pais mortos,
Seus pensamentos tristes voam absortos.

Nem percebe, a bela donzela,
Que alguém a observa a distância.
Brilhantes olhos que gritam a paixão por ela.
Paixão que o consome desde a infância.

Mesmo que agora ele caminhe pelo vale da morte,
As lembranças não o deixam um só instante.
Quando soube de sua tristeza, ele veio do norte.
Com um amor puro, de uma profundidade gritante.

Entre soluços, ela o percebe atrás de uma lápide.
Seus olhos se encontram, finalmente.
Ela estremece, misto de pânico e vontade.
Seu coração o conhece, mas não sua mente.

Ele então se aproxima lentamente
E toca no rosto por lágrimas banhado,
Num carinho suave e amoroso há muito ansiado.
E o rosto sofrido, se abre num sorriso finalmente.

E os lábios se tocam num beijo profundo.
Ela não sabe quem ele é, mas sabe que é para sempre.
Ele, por sua vez, não espera mais nem um segundo.
E crava suas presas, bebendo do sangue ardente.

E antes que o sol se levante detrás das montanhas,
Os dois amantes já longe se encontram.
Agora juntos, lutarão em outras campanhas,
Repletos de amor e desejo, que não se amedrontam.

By Ana Kaya Cristina,

2 comentários:

Flávio Mello disse...

pra variar me perco nas datas...

nossa:

E os lábios se tocam num beijo profundo.

quanta imagem linda... a seda negra da poesia gótica ganha frescor tinto com seu sangue... adorei... beijos

ps.: cadê vc?

WiNagaoka disse...

Oi passei por aqui pra dizer que o blog tá muito legal...
Entrarei na segunda feira pra ver o seu post...
Beijusssss Querida e sucesso...