sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Premeditada Morte Natural


Areia não esconde corpos

O vento leva

O tempo faz

Cortina transparente

E mesmo indigente

É gente

É carne

Sempre se pode ver as mãos

Ou outro membro em decomposição

Um assassino incoerente

Joga no rio

E o corpo bóia

Bem longe bóia

Irreconhecível

Tangível

De ser descoberto

Decerto será visto

Na terra é o certo

Ou dentro do concreto

E mesmo assim temível

De se ver

De se crêr

Que assassinato, basta ser,

Para nascer o fato

De algum dia se saber

De algum dia ter

Polícia no local

De algum dia ser

Notícia de jornal...

Quero ter morte natural

Só dar a morte natural

Te dar a morte

É natural...

Que tal?



(homenagem aos profissionais que se arriscam todos os dias para melhorar um pouco nossas vidas ou adiar um pouco nossa morte...?)

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