Areia não esconde corpos
O vento leva
O tempo faz
Cortina transparente
E mesmo indigente
É gente
É carne
Sempre se pode ver as mãos
Ou outro membro em decomposição
Um assassino incoerente
Joga no rio
E o corpo bóia
Bem longe bóia
Irreconhecível
Tangível
De ser descoberto
Decerto será visto
Na terra é o certo
Ou dentro do concreto
E mesmo assim temível
De se ver
De se crêr
Que assassinato, basta ser,
Para nascer o fato
De algum dia se saber
De algum dia ter
Polícia no local
De algum dia ser
Notícia de jornal...
Quero ter morte natural
Só dar a morte natural
Te dar a morte
É natural...
Que tal?
(homenagem aos profissionais que se arriscam todos os dias para melhorar um pouco nossas vidas ou adiar um pouco nossa morte...?)
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