a noite me disse
para ficar em silêncio
e eu fiquei.
mas ela mesma não ficava:
tinha sempre um gato preto
correndo na telha,
e um ruído sombrio sentado
na mesa da sala.
tinha sempre uma garrafa velha
espumando as horas,
e uma ventania que contra a janela
se suicidava,
mas era só minha consciência
que, embora
em mim, na própria noite
se espalhava.
André Espínola
2 comentários:
Sê bem vindo, meu bem.
Linda poesia!
=**
Nossos medos são sempre parecidos com um gato preto...boa estreia andré, seja bem vindo!
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