domingo, 23 de novembro de 2008

POEMA CONCRETO






















O corpo queimado
e as cabeças de fósforo,
são fósfor mesmo
nos passos da escada.

Em vigas de ferro
_esqueleto de aço! _
se ergue o gigante,
mirante do além.

_Ah, praça cinzenta!
_Ah, fungo projeto!
Te espalhas, deserto,
ao vácuo horionte!
_planície sem sonhos.

Teu céu é de chumbo.
Teu sol é mormaço!
Teu fel é o compasso
com gosto de nada!
_Nada!

Nem vale ou montanha.
Nem rio ou ribeira.
Nem árvore, ou bicho.
Nem guincho, nem esguicho.
Só ciso concreto!
Reto!
Reto!
Reto!...



Marcelo Farias - Para Entender a Mágica. Ilustração: La Chateau des Pyrenees - Magritte.

Nenhum comentário: