domingo, 1 de fevereiro de 2009

Indigente...




Procurei
Durante anos, milênios
Um amor assim:
Vestes de sangue
Gosto ruim e inodoro
Na contradição dos sonhos
Pois quis um amor medonho
Um Lúcifer, um Belzebu.

Procurei em ti
O furor de um lobisomem
Ousadia de um Sade
Sem conversas de comadres
Um ser indefinível, único, meu.

Acabei morta
Largada numa gaveta fria
Sem reclames de família
Sem pertences, indigente
Condenada a ser menos que gente

Pois o amor que era só meu
De ti descaso, agravo
Roubou-me a alma
Na manhã, na calma
E na surdina, escafedeu-se...

E agora me dizem "Descanse em Paz"...

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