domingo, 15 de fevereiro de 2009

... RESTO




RESTO
Thiers R >



No desencontro de nosso olhar

sobraram as vísceras da paixão

sou resto

inclemente queima o sol

arrasta e dilui

sou resto na folha que treme

sob lágrimas de chuva remelenta

nos dias que se perderam

dentro das maçãs coradas

rodando num carrossel

fui amante, brinquedo e suor

exalado de teu corpo

hoje no mármore

sou fuligem de ventania

eximida dos rastros

‘ceci est l'amour’





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2 comentários:

Vanessa Rodrigues disse...

Grandioso poema e excelente a forma com que nos passa essa sensação de abandono de perda, posso dizer que estou me sentindo sozinha, desolada, você nos faz de alguma forma incrível viver esse acontecimento como se hoje após esse inesquecível momento, fôssemos apenas o resto do que ficou para trás...
Parabéns!

ana wagner disse...

Sou louca por tudo que escreves e sou uma nulidade para comentários.
Então, parabéns e continue assim, escrevendo gostoso!
Beijo.