Descrente, oro
Não imploro
Nem me ajoelho
Em genuflexório inútil.
Oro com mãos postas nos bolsos
Braços cruzados
Olhares perdidos
Verbos desperdiçados,
Mas oro a meu jeito.
Não a um tirano que me criou
Para adorá-lo
Mas ao mundano rés do chão
Sem aura ou halo
Por que no pó é que reside a divindade
Na minha vontade e na fúria dos ignóbeis.
Minha esmola não é feita de moedas
Em mãos sujas
Creio em quem expulsa
Os vendilhões do templo
E sei onde é o templo.
Oro e me adentro humano
Não sob pano, mas despido
Minha oração não implica em pedido
É apenas o meu mero aprendizado.
E de tanto orar
Já não acredito em pecado.
4 comentários:
Teus versos são sacros e mundanos ao mesmo tempo. Eu acho uma forma única de versar essa sua, talvez uma mistura de talento com experiencia de vida, sei lá...Enfim, "genoflexório" diz tudo!Parabéns!
desculpe ruy, eu errei a grafia do seu banquinho, rs...é genuflexório!
o título já é maravilhoso...o desenvolver é espetacular...quando for ao Politeama posso declamar esse?quem sabe no lançamento de seu livro...
bjbj
Maravilha de poema!
Postar um comentário