sábado, 12 de dezembro de 2009

NATAL VERMELHO





Papai Noel se preparava para viajar o mundo inteiro em seu trenó encantado. Passara meses fabricando os presentes.
Agora estava tudo pronto, faltando apenas alguns pequenos ajustes de última hora.
Seus amigos duendes já haviam partido de volta a seus lares para festejar o Natal com seus familiares.
O bom velhinho estava sozinho em sua casinha de madeira. Pela chaminé saiam rolos de fumaça branca enquanto a sopa fervia.
A noite estava bem escura, mas como era de seu costume, Noel saiu para a caminhada diária antes do jantar.
Olhos vermelhos e brilhantes o espreitavam na escuridão, seguindo-o pelo caminho coberto de neve. Olhos malignos e cínicos.
Um plano terrível estava em ação, toda população da Terra estava em perigo.
Noel caminhou por meia hora e resolveu voltar, começara a nevar outra vez e ele já estava enregelado. Pensou na sopa fumegante que o aguardava e apertou o passo.
Na última curva do caminho coberto de neve, ele sentiu que estava sendo observado. Ficou a pensar quem poderia ser naquelas paragens desertas, talvez um esquilo ou uma coruja.
_ Noel, você é um bobo, quem poderia estar aqui nesta região tão inóspita?
Rindo de si mesmo continuou a caminhar.
O barulho de um galho de árvore quebrando o fez olhar para trás.
Qual não foi sua surpresa ao ver que havia um homem caminhando em sua direção. Era alto e vestia-se de negro, a longa capa esvoaçando com o vento gelado. Os longos cabelos negros estavam soltos e também voavam ao sabor do vento, emprestando-lhe uma aparência fantasmagórica. A pele era tão pálida que parecia ser feita da neve que caia abundante do céu invernal.
_ Quem é você? Perguntou Noel ao estranho.
_ Meu nome é Igor, vim de muito longe para encontrá-lo.
_ Mas o que quer comigo?
_ Vim dar-lhe meu presente de Natal e, este presente, você vai compartilhar com todos os humanos do planeta.
_ Não estou entendendo, que presente é esse.
Como se estivesse apenas esperando esta pergunta, os olhos de Igor tornaram-se incandescentes, de um vermelho vivo como sangue, as longas e alvas presas brilharam na noite escura.
Noel ainda quis gritar, mas o vampiro foi mais rápido e cravou suas presas no pescoço roliço.
O sangue jorrou farto em sua boca maligna. Ele sorveu com sofreguidão até que o corpo pesado foi ao chão.
Antes do suspiro final, Igor cortou seu pulso e deixou que o sangue escorresse para a boca do velho.
Esperou algumas horas até que surtisse o efeito desejado.
Noel, vestido em suas roupas vermelhas e brancas levantou-se lentamente, mas com uma energia nova e sobrenatural. Seus olhos agora eram vermelhos também. Noel era agora um vampiro.
Igor gargalhou.
_ Meu plano deu certo. Agora você vai disseminar nosso sangue maldito pela Terra. Legiões dos nossos irão cobrir o mundo de flagelo e dor.
E esse foi o inicio do reinado do mal.


By Ana Kaya

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