Bem vindos ao Cemitério do Vale das Sombras. Uma Necrópole de nossos textos sombrios. Aqui só crônicas, poemas, contos e tudo no bom e velho estilo gótico de viver. Falou de morte? Poste aqui. Tristezas? Raiva? Contos macabros? Fábulas assombrosas? Temas exóticos? Textos fantasmagóricos? Aqui não tem meio sorriso, sorriso inteiro, só choro e sobrenatural. Venha fazer parte das almas atormentadas do Vale das Sombras.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Epífora
Uma agulha atravessando a pele
Sorrisos costurados
Alegria lacrada na memória
Percepção rasgada, picada em pedaços
Partilha de angústias brancas
Pretéritos presentes nada perfeitos
A prisão perpétua no hipocampo
O grito
Ferroadas agendadas sistematicamente
Auto-inoculações precisas
O lento destilar da peçonha
Lucidez embargada de fel
Dias que arrastam correntes
Paredes atravessando olhos
O brilho triste da esperança vermelha
Solidão recorrente na multidão sem face
O que não quer ser choro
Epífora
A mesma velha sensação disfarçando-se por semitons
O ponteiro que insiste registrar horas de ansiedade
A esperança da manhã que foge por campos floridos
E a rotina vespertina anoitecendo mais uma vez
Mudez
(Celso Mendes)
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