sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Morte




Seria finalmente aquela hora o fim de tudo? De tudo o que sonhei, de tudo o que desejei de minha miserável existência?
A morte cerca-me, posso ver sua magnificente figura. Ela espera que eu caia em seus braços, porém, recuso-me a entregar-me tão facilmente. Vejo a esperança sumir no canto esquerdo de minha existência, junto com tudo o que um dia foi destroços de um amor acabado. Vejo tudo o que fui um dia escorrer pelo chão sujo à minha volta. A escuridão, que eu sempre desejei, agora tomava conta de meu grande mundo monótono. A dor que envolvia meu corpo não escondia a dor de um sentimento calado dentro de mim, que aos poucos ia tornando-se cada vez mais intensa. Ainda posso ver seu olhar, observando-me perecer à morte e sofrendo ainda mais do que eu. Posso ver a culpa em seus olhos, a culpa que iria carregar pelo resto da eternidade. Sei que isso é apenas uma ilusão, mas recuso-me a acreditar em tal realidade. É mais confortador acreditar que ele realmente estava junto a mim, segurando com força a minha mão.
Posso sentir meu coração parar, as batidas de minha triste vida diminuindo cada vez mais. Minha força de existir desaparece, conforme cada gota de sangue que cai de meu corpo frio.
Sua imagem era tão real perante aos meus olhos que eu podia sentir sua presença ali. Eu queria dizer que o amava, e que o perdoava pelo que ele tinha feito, mas minha voz parece não existir e meus lábios mão se movem mais. Eu tenho apenas a meu pensamento agora, e nada mais.
Eu não mais posso ver nem ouvir. Eu não mais sinto sua presença. Agora é tudo escuridão... e frio.

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