avariada
a carruagem de fogo
o
auriga abandonou a boleia
tomou
da parelhas as bestas dianteiras
para
continuar infeliz viagem
numa
ponte distante onde poucos chegaram
sem
a carruagem quatro negros corcéis
nenhum
deles voltou vivo
ninguém
viu a porta do inferno aberta
e
Satã com seu anel de rubis
três
tomaram nos dentes os freios
mas
tombaram num tronco de árvore caída
o
peito arrebentado expondo entranhas
espalhando
cascos e vísceras ao redor
o
último em galope assomado
mordendo
o bridão nas águas de fogo assomou
manhã
na ponte ao redor
pastores
cuidavam do rebanho
manha
na ponte encontraram poças de sangue
e
na relva orvalhada
uma
trilha de vísceras
levando
às portas do inferno
o
sangue derramado na ponte,
sangue
maldito
dos
cavalos negros que até Satã escusou
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