quinta-feira, 18 de julho de 2013

Ágape de carcaças em festa



Vão abrir de vez,
revelando toda sordidez,
e  eternos ficarão abertos,
os pesados portões de Lúcifer,
Perante tantos olhares incertos,
vão fazer burburinho no alcácer,
diante dos ares amedrontados,
olhos vidrados, absortos,
vão ressuscitar os mortos,
revolver os sepulcros habitados,
avivar os cadáveres putrefeitos,
que se levantarão das tumbas,
rompendo todos preceitos,
exaurindo as catacumbas.

De trajos retalhados, eivados andrajos,
podres molambos infectos cobertos,
agitando ao vento pendões de farrapos,
brandindo como lábaros triunfantes os trapos, 
lentamente, maravilhados, começarão a andar,
das pesadas sombras da morte então libertos,
do infindável sono eterno já foram despertos,
com o demônio em glória exultante a liderar, 
essa arrepiante e famélica turba funesta,
iniciando macabro ágape de carcaças em festa.


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