terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Terror dos povos que habitam as bordas da terra



Ah! Embrenho-me nas sombras,
quedo-me ali quase invisível no espaço frio,
distantes dos mortais olhares curiosos
que se perdem na superfície do vazio.
Habito o fluxo de sombras  desenhadas,
espasmos de luz, um plano reverso,
nas imensidões das trevas, fundo de todos os abismos,
as aras de todos os altares do universo.

Trago a mente imersa numa nova visão
arrancada das profundezas da memória ,
vagando nas noites em busca feroz
de quem nas trevas se atreveu a gritar meu nome, 
fazendo neles congelar nos lábios grito silencioso,
cicios de raiva e desespero prementes,
desaparecendo em fuga da luz,
ao se anunciar o romper do sol nas encruzilhadas.

Quedo-me em algum lugar na solidão,
entregando-me ao  passatempo favorito,
na minha memória permanece no fosso escuro,
a matança, o horror por mim perpetrado,  
causado ​​pela ameaça do chamado fatal,
vista mortal, o cheiro do sangue humano.

Na  memória flutuam imagens vagas
de quem ouviu sussurrar o hino da morte,
viu nas urbes vazias as sombras dos mortos,
em vez de pessoas vivas que respondem ao chamado
grassando voraz o espírito do medo extremo,
o terror dos povos que habitam as bordas da terra.

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