segunda-feira, 17 de março de 2008

Indefinível


Descamba pelo escorregadio calçamento urbano,
Foge desesperado do seu próprio preconceito medroso,
Não reconheceu a ginga noturna,
Ouviu gargalhadas distantes que o enfraqueceram.

Cada vez mais longe de sua correria sem rumo,
Que se aventura na agilidade da noite e a desconhece.
Estranha no frio, as poucas vestes e o luxo,
Que se encontram nas esquinas arborizadas da zona sul.

Indefiníveis homens falsos, humanas mulheres...
Encarnam tons vivos em sublimes feições,
Malícia de leopardo numa coragem jagunça,
Na calada passarela sombria, desfilam...

Para desconhecidos executivos,
Falsos homens, mulheres que encarnam sublimes,
Que buscam suas indefiníveis coragens,
Longe de suas correrias sem rumo.

Descambam urbanas gargalhadas
No preconceito escorregadio e medroso,
Fogem na agilidade da noite,
Desesperados, distantes da zona sul.

Jagunços falsos enfraquecem no frio,
Encontram-se nas esquinas da noite,
Poucas vestes que se aventuram,
Correria humana e a agilidade noturna.

Falsos homens encarnam sombrios,
Leopardos jagunços na passarela desconhecida,
Nem homens nem mulheres,
No preconceito escorregadio dos seus próprios demônios.

Giroflex vermelho. Um corpo indefinível...
Preservado por homens desconhecidos, urbanos, noturnos,
Longe de suas correrias sem rumo,
Até a chegada do IML.

3 comentários:

MPadilha disse...

Caramba! A cada frase vai se desenhando uma história real, urbana e muito triste. São as consequencias da vida moderna de um "mal" que vem desde que o mundo é mundo.
Parabéns René.

(*"mal"- para muitos, necessário.)

Ana Kaya disse...

concordo com a Me, o texto vai indo e parece que vc está lendo o jornal do dia.

Adorei. Parabéns.

ociné disse...

Valeu ME, Ana!
Engraçado, eu estava preocupado que estivesse muito complicado, que bom que não está.
Obrigado.