domingo, 22 de junho de 2008

†††Notícias do Vale†††

"Nossos queridos Valeblogueiros Beto e Fernanda tiveram problemas com o PC no dia 20 e por isso não postaram. Cederam o lugar a nosso convidado de honra Flávio Mello. Agora com tudo resolvido, postam esse magnífico conto, que digamos de passagem, faz juz ao nome do nosso Vale das Sombras."









Sexta-feira 20!



Como em toda sexta-feira, após o almoço, a jovem Maricota toma a estrada de terra batida que dava no sitio de sua madrinha. Passava pela grande porteira ao lado da
Igrejinha da vila e ai apreciando a paisagem local. Lá ela ficava até antes do sol se pôr. Tinha medo de percorrer os sete quilômetros no escuro.
Porem, naquela sexta-feira, a conversa se prolongou muito e quando Maricota se deu conta já estava escuro. Receosa, mas ciente de seu erro, seguiu seu caminho de volta.
Logo que começou a caminhar, sem quase enxergar o caminho, olhou para o céu e pediu: - Por favor, qualquer um... Apareça para me acompanhar.
Fechou os olhos e desejou de todo coração que alguém aparecesse.
De repente, uma leve neblina começou a baixar e ela ouviu um ronco “Boa Noite”.
Virou-se para trás e viu um homem alto, quase sem cabelos, magro e muito branco.
- Me chamo Albino dos Santos, estou indo em direção à Capela do bairro, posso lhe acompanhar?
Suas orações haviam sido atendidas!
Será?
Tímida, ela respondeu:
- Claro! Mas o Senhor não mora por aqui, mora?
- Atualmente, não. Mas morei aqui há muitos anos.
- Está a passeio?
- Desde que parti, volto todos os anos na mesma data, para rever os que ficaram.
- Então o Senhor tem família por aqui?
- Tinha!
O homem calou-se e a jovem não quis incomodá-lo.
Seguiu calado até quase chegarem à Capela do Bairro.
Neste momento, Maricota percebeu que havia uma mulher parada frente a um pequeno Cruzeiro que havia há anos, em frente à Capela.
O cruzeiro está lá! Sempre esteve, mas ela nunca teve a curiosidade de olhá-la de mais perto.
Espantada, percebeu que a Neblina havia sumido. Procurou o Senhor Albino, mas ele também havia sumido.
Um pouco assustada, aproximou-se do Cruzeiro e pode ler, nele, uma data: “20 de julho de 1958”. Riu, pois a data era exata de cinqüenta anos atrás, afinal, aquela sexta-feira era 20 de julho de 2008. Olhou abaixo da data e viu um nome. Aproximou-se e ao ler, sentiu seu coração disparar e um calafrio percorreu seu corpo todo.
Correu para sua casa e aos soluços, trancou-se no quarto!

Sob a data, no Cruzeiro, lia-se: ”Albino dos Santos. Saudades Eternas!”.


Beto e Fernanda

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