sexta-feira, 25 de julho de 2008

DIGO: CORTA!



DIGO: CORTA!


Na mesa os elementos
gritam sim
vestida de negro aponta
minha palavra desmonta
digo: Corta!
Punhais, facas, lanças e minha dor,
lado a lado
sorrio sem jeito
estou desfeito
imperfeito
quase surreal
afia-se a navalha
habito o precipício
vejo-me na lágrima
que aflora
estou nu por fora
sou uma solidão
um retângulo enquadrado
um raio fulminado
uma tristeza sem parênteses
um tambor
um olhar sem cor
um desejo desfeito.

** Gaivota **
Julho - 2008



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3 comentários:

Thiers Rimbaud disse...

PQP Ga, tá demais... A dorei esta parte:


"...estou nu por fora
sou uma solidão
um retângulo enquadrado
um raio fulminado
uma tristeza sem parênteses
um tambor
um olhar sem cor
um desejo desfeito...."

Mio poet

Flávio Mello disse...

Gosto muito do seu trabalho... esse blog é uma árvore, palavras de Plath, só que aqui não tem outono.

parabéns ave poética de horizonte infinito

MPadilha disse...

eita pássaro danado! derrubou qtas pombas com esse poema sensual? amei lindo, amei...