Bem vindos ao Cemitério do Vale das Sombras. Uma Necrópole de nossos textos sombrios. Aqui só crônicas, poemas, contos e tudo no bom e velho estilo gótico de viver. Falou de morte? Poste aqui. Tristezas? Raiva? Contos macabros? Fábulas assombrosas? Temas exóticos? Textos fantasmagóricos? Aqui não tem meio sorriso, sorriso inteiro, só choro e sobrenatural. Venha fazer parte das almas atormentadas do Vale das Sombras.
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Deste lado do umbral, ainda
Fiquei por um beijo
Estas cores fortes
as vi à frente,
um infindo horizonte
ao norte
mas voava, não sentia os pés
nem tapetes haviam
eram nuvens de escuro azul,
de azuis-claros, de azuis pastéis,
de cruéis azuis
pedi um beijo à amada,
já bêbado de anestésico
para a travessia do umbral
sem dores, em paz
negou-me, astuta, solerte,
até risonha
repeti que seria assim feliz
sorriu-me ainda mais,
negaceou
disse-me para ficar junto dela
e tudo eram rosas já
E mais e mais amores, quiçá
[Das lembranças em uma maca, a pressão a 6 x 4, no peito intensa dor, o solerte, sutil e insidioso cateter levando o stent até paralíticas coronorárias. Ainda não foi dquela vez que me fui à outra]
Um comentário:
O agradável é se perceber que venceu uma etapa, que ainda não chegou a hora...Dizem que numa situação crítica passa um filme na mente, mas recusa-se a escolher um final.
Rendeu um belo poema.
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