Minha pátria era teu corpo
Invadido por hóstia bestial
Cultivando feras mansas
Esqueci asas tortas
Na neurose de Deus
O absurdo me convidou para uma dança
Mas a exaustão me vendeu no mercado negro
Segredos prostituídos em boate russa
Queimaduras nas noções de intenso
Por que me contou do silêncio de outros mundos?
Devastações visitaram meus copos de leite
Estados de pele correndo perigo
O culto da ardência é um milagre
Escorrendo entre meus dedos
Nenhuma ode para tuas dádivas
Apenas o sulco primordial
Luzindo sentenças
Para uma fascinação
Seria conhecida como alegria
Se o chicote não dedilhasse tanto a garganta
3 comentários:
O doutrinante chicote na garganta, invadindo, rompendo, dinamitando, atingindo o âmago mais extasiante da existencialidade... Poema oriundo das sobrevivências a este chicote é o vosso, Medusa.
Medusa sempre libidinosa...Por mais que veja o sombrio de teus versos, sempre à frente escuto o lirismo do sexo. Por que será?
Muito bom!
Minha querida Rita, impossível não deixar meu carinho por mais esta deliciosa leitura.
Deliciosa? Claro que sim, seus mingaus de alma servido em taças do erotismo... Coisas de Rita. Bjs
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