À noite minha cama
se enche de demônios,
e o choro de crianças não nascidas.
São césares, otelos, minotauros,
creontes, menelaus, jasões e midas.
Chegam de costas, como a saírem,
carregando as almas tortas
mancando atrás dos corpos.
São íncubos furiosos e antigos
de olhos másculos, músculos,
espartanos, falos maiúsculos
e vem brandindo os rabos
e os remorsos
pra ter alento
nessa boca tântrica
e na doçura soberana do meu dorso.
tenho o equilíbrio das forças
entre as cheetas e os antílopes,
papoulas, carma dos lobos,
entre meus dedos de morgana
tenho o olhar dos destinados
às grandes revelações e martírios
contrastando com a cara de sacana
e a pele santeria
manuscrita em pena ígnea
que dissolve cianetos,
aleijões, incestos,
e faz das faltas deles
meros palimpsestos.
Quando amanheçe,
e peço aos céus,
que acabe logo com isso...
bem, eles se vão, como a chegar,
quando repito, como se fora em prece:
"ao menos uma vez
me mandem cristo".
(postagem de 11/08/09, agora com vídeo feito por Márcia Regina Medina)
4 comentários:
esses nossos demônios só aparecem na intimidade mesmo, rs
amei teu poema!
Gostei bastante =)
Um poema curto e agradável de ler!
Estou te seguindo e coloquei uma recomendação para o seu blog na lista de recomendações em meu próprio blog! (http://elfmetal.blogspot.com/).
Maravilha! Adorei o vídeo com sua declamação também...
Beijo!
obriada pessoal!
bjbjbj
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