sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Relatos de um perecer



Você se gabou tanto que tropeçou no próprio orgulho
Percebeu que nada gravitava na sua órbita
No seu mundo podre cheio de pensamentos doentios
Fez de si mesmo uma armadilha sem volta

Mergulhou em um mar de submissão
Tentou controlar a todos e hipnotizou a si mesmo
Conheceu as profundezas de sua fraqueza
Tentou mudar a todos mas foi tratado com desprezo

Tornou-se um ser demente e indefeso
Todas as suas teorias imutáveis pararam no seu medo
Tudo aquilo que sonhou afundou no abismo de seus erros
E se foi um rei um dia agora é um servo do alheio

Agora seus inimigos deslizam em suas fraquezas
Corroem sua mente e enraízam seu desespero
Atravessam cada uma de suas defesas
Fazem de sua pose forte um paradoxo sem fim

E sua alma vira cinzas em cada olhar ameaçador
Cada parte do seu eu mergulha no âmago da dor
Despedaçam seu espírito até ele desaparecer
Seu eu inválido e cadavérico nada pode fazer

Te enfraquecem pouco a pouco até seu ego gritante se render
Sua honra sangra sabendo de tudo aquilo que nunca poderá vencer
Você está perdendo cada migalha que restou do seu amor
E nem todo esse ódio faz de você um batalhador

Cada membro da sua glória morre
Diante do mar de derrotas que vê te engolir
Suas pernas sem forças correm tentando fugir
Mas sua trágica história já está morta aqui

2 comentários:

MPadilha disse...

Bela estreia! Um lindo poema gótico! Seja bem vinda!

Anônimo disse...

Obrigado, que bom que gostou