Bem vindos ao Cemitério do Vale das Sombras. Uma Necrópole de nossos textos sombrios. Aqui só crônicas, poemas, contos e tudo no bom e velho estilo gótico de viver. Falou de morte? Poste aqui. Tristezas? Raiva? Contos macabros? Fábulas assombrosas? Temas exóticos? Textos fantasmagóricos? Aqui não tem meio sorriso, sorriso inteiro, só choro e sobrenatural. Venha fazer parte das almas atormentadas do Vale das Sombras.
domingo, 24 de março de 2013
Para sempre outono e cinzas
O vento sopra gélido, já, e das árvores caem folhas
porque é da natureza delas ter-se vencido o tempo.
Li que não é por alguém querer ou plano pensado,
mas, porque fenecem, a planta delas se libera
e assim por muito e muito é e rejuvenesce.
Com os da nossa espécie tal não acontece.
Nos caem cabelos, dentes, nos afligem doenças,
vamos até por acidente a um fim
de que nada ainda nos livra ou liberte.
O que se faz do nascer ao pôr do sol, mesmo à noite,
é o que da nossa vida, corpo são ou doente, resta.
Nem mesmo o amor, sentimento atrevido, contrário
ao movimento principal do nosso tempo, do limite final
nos arrebata. Resta melhor sonhar viver a amar
que com ódio a dilacerar a alma a morte antecipar.
Se inevitável é a ceifa, contrariado subo ao cadafalso amando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário